22 fevereiro 2007

Mensagem de Bento XVI para a Quaresma de 2007
«Hão-de olhar para Aquele que trespassaram» (Jo 19,37).

Queridos irmãos e irmãs!

«Hão-de olhar para Aquele que trespassaram» (Jo 19, 37). Este é o tema bíblico que guia este ano a nossa reflexão quaresmal.
A Quaresma é tempo propício para aprender a deter-se com Maria e João, o discípulo predilecto, ao lado d'Aquele que, na Cruz, cumpre pela humanidade inteira o sacrifício da sua vida (cf. Jo 19, 25). Portanto, dirijamos o nosso olhar com participação mais viva, neste tempo de penitência e de oração, para Cristo crucificado que, morrendo no Calvário, nos revelou plenamente o amor de Deus. Detive-me sobre o tema do amor na Encíclica Deus caritas est, pondo em realce as suas duas formas fundamentais: o agape e o eros.

O amor de Deus: agape e eros

A palavra agape, muitas vezes presente no Novo Testamento, indica o amor oblativo de quem procura exclusivamente o bem do próximo; a palavra eros denota, ao contrário, o amor de quem deseja possuir o que lhe falta e anseia pela união com o amado. O amor com o qual Deus nos circunda é sem dúvida agape. De facto, pode o homem dar a Deus algo de bom que Ele já não possua? Tudo o que a criatura humana é e possui é dom divino: é portanto a criatura que tem necessidade de Deus em tudo. Mas o amor de Deus é também eros. No Antigo Testamento o Criador do universo mostra para com o povo que escolheu uma predilecção que transcende qualquer motivação humana. O profeta Oseias expressa esta paixão divina com imagens audazes, como a do amor de um homem por uma mulher adúltera (cf. 3, 1-3); Ezequiel, por seu lado, falando do relacionamento de Deus com o povo de Israel, não receia utilizar uma linguagem fervorosa e apaixonada (cf. 16, 1-22). Estes textos bíblicos indicam que o eros faz parte do próprio coração de Deus: o Omnipotente aguarda o «sim» das suas criaturas como um jovem esposo o da sua esposa. Infelizmente desde as suas origens a humanidade, seduzida pelas mentiras do Maligno, fechou-se ao amor de Deus, na ilusão de uma impossível auto-suficiência (cf. Gn 3, 1-7). Fechando-se em si mesmo, Adão afastou-se daquela fonte de vida que é o próprio Deus, e tornou-se o primeiro daqueles «que, pelo temor da morte, estavam toda a vida sujeitos à escravidão» (Hb 2, 15). Deus, contudo, não se deu por vencido, aliás o «não» do homem foi como que o estímulo decisivo que o levou a manifestar o seu amor em toda a sua força redentora.
A Cruz revela a plenitude do amor de Deus
É no mistério da Cruz que se revela plenamente o poder incontível da misericórdia do Pai celeste. Para reconquistar o amor da sua criatura, Ele aceitou pagar um preço elevadíssimo: o sangue do seu Filho Unigénito. A morte, que para o primeiro Adão era sinal extremo de solidão e de incapacidade, transformou-se assim no acto supremo de amor e de liberdade do novo Adão. Pode-se então afirmar, com São Máximo, o Confessor, que Cristo «morreu, se assim se pode dizer, divinamente, porque morreu livremente» (Ambigua, 91, 1956). Na Cruz manifesta-se o eros de Deus por nós. Eros é de facto como se expressa o Pseudo Dionísio aquela «força que não permite que o amante permaneça em si mesmo, mas o estimula a unir-se ao amado» (De divinis nominibus, IV, 13: PG 3, 712). Qual «eros mais insensato» (N. Cabasilas, Vita in Cristo, 648) do que aquele que levou o Filho de Deus a unir-se a nós até ao ponto de sofrer como próprias as consequências dos nossos delitos?
«Aquele que trespassaram»
Queridos irmãos e irmãs, olhemos para Cristo trespassado na Cruz! É Ele a revelação mais perturbadora do amor de Deus, um amor em que eros e agape, longe de se contraporem, se iluminam reciprocamente. Na Cruz é o próprio Deus que mendiga o amor da sua criatura: Ele tem sede do amor de cada um de nós. O apóstolo Tomé reconheceu Jesus como «Senhor e Deus» quando colocou o dedo na ferida do seu lado. Não surpreende que, entre os santos, muitos tenham encontrado no Coração de Jesus a expressão mais comovedora deste mistério de amor. Poder-se-ia até dizer que a revelação do eros de Deus ao homem é, na realidade, a expressão suprema do seu agape. Na verdade, só o amor no qual se unem o dom gratuito de si e o desejo apaixonado de reciprocidade infunde um enlevo que torna leves os sacrifícios mais pesados. Jesus disse: «E Eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a Mim» (Jo 12, 32). A resposta que o Senhor deseja ardentemente de nós é antes de tudo que acolhamos o seu amor e nos deixemos atrair por Ele. Mas aceitar o seu amor não é suficiente. É preciso corresponder a este amor e comprometer-se depois a transmiti-lo aos outros: Cristo «atrai-me para si» para se unir comigo, para que eu aprenda a amar os irmãos com o seu mesmo amor.
Sangue e água
«Hão-de olhar para Aquele que trespassaram». Olhemos com confiança para o lado trespassado de Jesus, do qual brotam «sangue e água» (Jo 19, 34)! Os Padres da Igreja consideraram estes elementos como símbolos dos sacramentos do Baptismo e da Eucaristia. Com a água do Baptismo, graças à acção do Espírito Santo, abre-se para nós a intimidade do amor trinitário. No caminho quaresmal, recordando o nosso Baptismo, somos exortados a sair de nós próprios e a abrir-nos, num abandono confiante, ao abraço misericordioso do Pai (cf. São João Crisóstomo, Catechesi, 3, 14 ss.). O sangue, símbolo do amor do Bom Pastor, flui em nós especialmente no mistério eucarístico: «A Eucaristia atrai-nos para o acto oblativo de Jesus... somos envolvidos na dinâmica da sua doação» (Enc. Deus caritas est, 13). Vivamos então a Quaresma como um tempo eucarístico», no qual, acolhendo o amor de Jesus, aprendemos a difundi-lo à nossa volta com todos os gestos e palavras. Contemplar «Aquele que trespassaram» estimular-nos-á desta forma a abrir o coração aos outros reconhecendo as feridas provocadas à dignidade do ser humano; impulsionar-nos-á, sobretudo, a combater qualquer forma de desprezo da vida e de exploração da pessoa e a aliviar os dramas da solidão e do abandono de tantas pessoas. A Quaresma seja para cada cristão uma experiência renovada do amor de Deus que nos foi dado em Cristo, amor que todos os dias devemos, por nossa vez, «dar novamente» ao próximo, sobretudo a quem mais sofre e é necessitado. Só assim poderemos participar plenamente da alegria da Páscoa. Maria, a Mãe do Belo Amor, nos guie neste itinerário quaresmal, caminho de conversão autêntica ao amor de Cristo. Desejo a vós, queridos irmãos e irmãs, um caminho quaresmal proveitoso, enquanto com afecto envio a todos uma especial Bênção Apostólica.
Vaticano, 21 de Novembro de 2006.
BENEDICTUS PP. XVI
SER JUFRA...
Deixo-vos um artigo que escrevi para o semente, o nosso jornal da JUFRA:

Quando penso no que é para mim ser JUFRA, um turbilhão de sentimentos rebentam do meu peito. É enorme o Amor que consigo sentir em cada um de vós, nos nossos cânticos, nos vossos sorrisos, na alegria que juntos vivemos quando em nome Dele nos reunimos. (Pensar que irei encontrar-vos de novo em mais um dia nacional, faz-me querer que os dias se reduzam a minutos e as horas a segundos).
Ser JUFRA, para mim, é ser capaz de olhar a vida com sorriso no rosto, é poder enfrentar as dificuldades que Deus coloca no nosso caminho com a força de Francisco.
Sinto que não tenho sido um jufrista exemplar, mas acredito que muito do que vivi na Jufra me fez ser uma pessoa diferente. Com Francisco descobri a força do Amor de Cristo, percebi que com a Sua ajuda sou capaz de levar a vida com mais significado. Aprendi a reconhecer como sou insignificante aos olhos de Deus, mas que mesmo assim Ele está a meu lado para me ajudar.
É bom sentir que tive o privilégio de, no decorrer da minha vida, me deixar inquietar com Francisco, de sentir Cristo de uma forma tão doce…
São sentimentos difíceis de exprimir por palavras, é uma enorme vontade de viver, de amar, de mostrar a todos que Nele está MESMO a salvação…
Sinto em vós a face de Cristo, a doçura do Seu amor, de tal forma que me sinto incompleto sem vós, sem a Jufra… Apenas posso dizer que me sinto Jufra, mas que estou em divida para convosco, merecem da minha parte mais empenho, mais tempo…

21 fevereiro 2007

QUARESMA :



1. Noção e história: É o tempo do Ano Litúrgico preparatório da Páscoa, a grande celebração do mistério da Salvação pela morte e ressurreição de J. C. Na actual disciplina litúrgica, vai da Quarta-Feira de Cinzas até Quin­ta-Feira Santa, excluindo a Missa da Ceia do Senhor, que já pertence ao Trí­duo Pascal. A Q. surgiu no séc. IV, a se­guir à paz de Constantino, quando mul­ti­dões de pagãos quiseram entrar na Igreja. Duas venerandas instituições a ela estão ligadas, a penitência pública e o catecumenado. Daí o seu duplo ca­rácter penitencial e baptismal. Ini­cial­men­te durava 3 semanas, mas depois, em Roma, foi alargada a 6 semanas (40 dias), com início no actual I Domingo da Quaresma (na altura denominado Quadragesima die, entenda-se 40.º dia anterior à Páscoa). O termo Qua­dra­ge­sima (que deu a nossa “Quaresma”) pas­sou depois a designar a duração dos 40 dias evocativos do jejum de J. C. no deserto a preparar-se para a vida pú­blica. Como, tradicionalmente, aos domingos nunca se jejuou, foi neces­sá­rio acres­centar alguns dias para se perfazerem os 40. Daí a antecipação do iní­cio da Q. para a Quarta-Feira de Cinzas.


2. Espiritualidade: A penitência públi­ca ao longo da Quaresma caiu em desu­so, mas ficou no espírito dos fiéis a necessidade de se prepararem ao longo de 40 dias de penitência para as festas pascais. Por sua vez, o catecumenado que, durante séculos, teve na Q. a fase de preparação próxima para os sacramentos da iniciação cristã na Vigília Pascal, também caiu em desuso (excepto nas mis­sões ad gentes), mas foi restaurado pelo Conc. Vat. II, dado o número crescente de baptismos de adultos. Assim, a “eleição” dos catecúmenos para a fase da “iluminação” passou a fazer-se no I Domingo da Quaresma, entrando os “elei­tos” em clima de retiro, marcado nas últimas semanas pelos “escrutínios” com as “tradições” (entregas) do Sím­bolo da Fé (Credo) e da Oração Domi­nical (Pai-Nosso), que eles acabam por fazer seus, proclamando-os (reditio) nos últimos escrutínios. Haja ou não catecúmenos, os fiéis de cada comunidade são convidados a viver a Q. em espírito catecumenal, preparando-se para a “re­no­vação das promessas do Baptismo” na Vigília Pascal. Fazem esta expe­riên­cia recorrendo às tradicionais práticas do jejum, da esmola e da oração, en­ten­dendo-as num sentido amplo de ascese cristã (luta contra as más inclina­ções, seduções mundanas e tentações, e exercício das virtudes cristãs), de caridade fraterna (pela prática das obras de mise­ricórdia) e de intimidade com Deus (escutando a palavra de Deus e dando-se às várias formas de oração).


3. Tem­po pe­ni­tencial: A Q. é um tempo forte de penitência. A atitude espiritual ex­pres­sa por esta palavra, tantas vezes na boca dos profetas e de J. C., é uma atitude complexa e muito rica, suscitada pela consciência do pecado. Começa por ser arrependimento pelo mal praticado e sincera dor do pecado; logicamente leva ao desejo de expiação e de reparação, para repor a justiça lesa­da, e de reconciliação com Deus e com os irmãos ofen­didos; chega final­mente à emenda de vida e mais ainda à conversão cristã, que é muito mais que uma conversão moral, para ser uma passa­gem à fé e à caridade sobre­naturais, com tudo o que implica de mudança de mentalidade, sensibilidade e maneira de amar, que passam a ser as próprias dos que pela graça se tornaram verdadeiros filhos de Deus.


4. Disciplina canónica: Para assegurar expressão comunitá­ria à prática penitencial, sobretudo no tempo da Qua­resma, a Igreja mantém o jejum e a abstinência tradicionais. Embora estas duas práticas digam hoje pouco à sensibilidade dos fiéis, mantêm-se em vigor, com variantes de país para país. Entre nós (Normas da CEP aprovadas na Ass. Plen. de Jul.1984), são dias de jejum para os fiéis dos 18 aos 59 anos (a me­nos de dispensa, por doença ou outra cau­sa) a Quarta-Feira de Cinzas e a Sex­ta-Feira Santa (convidando a liturgia a prolongar o jejum deste dia ao longo de Sábado Santo). E são dias de abstinência de carnes, para os fiéis depois dos 14 anos (embora seja bom que a iniciação nesta prática se faça mais cedo), as sextas-feiras do ano (a menos que cesse a obrigação pela coincidência com festa de preceito ou solenidade litúrgica), com possibilidade de substituição por outras práticas de ascese, esmola (ca­ridade) ou piedade, embora seja aconselhado manter a prática tradicional nas sextas-feiras da Quaresma. No que res­peita à esmola, ela deve ser proporcio­nal às posses de cada um e significar ver­dadeira renúncia, podendo revestir-se da forma de “contributo penitencial” (e, como já entrou nos hábitos diocesa­nos, de “renúncia quaresmal”) com destino indicado pelo bispo. 5. Liturgia qua­res­mal. Na hierarquia dos tempos litúrgicos, a Quaresma ocupa o 3.º lugar, depois do Tríduo Pascal e do Tempo da Páscoa, cuja celebração aliás prepara. Os Do­min­gos da Q. têm precedência sobre todas as celebrações. Se num de­les ocorrer uma solenidade, esta é transferida para a segunda-feira seguinte (ou para a se­gun­da-feira da II Semana Pas­cal, se cair na Semana Santa ou na Se­mana da Páscoa). As férias quaresmais têm precedência sobre as memórias obri­­gatórias. As leituras das missas do Ano A, por serem as mais adequadas para a catequese baptismal dos cate­cúmenos, podem utilizar-se mesmo nos Anos B e C. Aconse­lha-se a que se fa­çam, durante a Q., celebrações comuni­tárias da Penitência, com a confissão e a absolvição individuais; e pede-se aos sacerdotes que se dis­po­ni­bilizem para ou­vir os fiéis de confissão. A liturgia qua­resmal proporciona o clima mais ade­quado a este tempo, nomeadamente pelo rito das cinzas logo no início, pelo uso de paramentos roxos e proibição de flores nos altares e do toque de instrumentos musicais que não sejam para sus­ter o canto (com a excepção do IV Domingo, Laetare), pela supressão do Glória in excelsis, do Aleluia e do Te-Deum, por cobrir as cruzes e as imagens no V Domingo, até, respectivamente, à Adoração da Cruz em Sexta-Feira Santa e à Vigília Pascal.


06 fevereiro 2007

Quando Há Vida???

Como é possível dedicarmo-nos a questões tão importantes e tratá-las como se discutissemos algo tão insignificante como uma marca de roupa...
Tenho assistido a debates sobre a vida em que nada é esclarecido. Um desfile de vaidades de conhecimentos, uma tentativa de fazer transparecer a ideias de cada um, dispondo-as com um pavão dispõe as suas penas para impressionar a sua fêmea...
Não é possivel discutir onde começa a vida se estamos mais preocupados com as palavras, quando estamo preocupados em esconder a verdade, porque muitas das vezes ela é inconveniente.
Se quero dizer sim ao aborto, porque é que me recuso a chamar o embrião, o feto, aquela coisa (como alguns chamam), pelo nome que realmente tem????
É um individuo que se encontra em projecto dentro do utero, é alguem que pode ser uma pessoa tão especial como Jesus ou tão abominável como o Hitler... MAS AMBOS TIVERAM DIREITO A VIVER!!!

VIVER! VIDA!

Existe vida desde o primeiro momento, todos sabemos disso, cada vez se consegue descobrir elementos novos sobre a vida dentro do utero, cada vez com menos dias ou semanas...
Porque não são as pessoas claras sobre isso????
Porque é inconveniente.

Só posso dizer sim ou não em consciência se for imparcialmente e devidamente informado...

Porque se usam espaços de tempo como semanas, em vez de sermos correctos e usarmos meses...

PENSEM: 10 SEMANAS são 2 MESES E MEIO...

Qual custa mais dizer???

Vão pensando... EU SOU PELAS CRIANÇAS .... VENHAM A MIM AS CRIANCINHAS DISSE CRISTO...